1. A própria urina é a única que se pode usar?
A urina da própria pessoa é a melhor pois ela é um holograma (do gr. holos, que significa inteiro, completo) do nosso organismo, contendo informações de cada célula do corpo. Como é essa a urina que contém toda a informação concernente à própria pessoa é somente com as informações atualizadas provenientes desse líquido holográfico que o sistema imunológico poderá atuar satisfatoriamente contra alguma patologia ou injúria. Mas em casos onde a inconsciência ou imobilidade, como numa mordedura por cobra; ou onde não há urina, como nas insuficiências renais; ou em dificuldade de coleta, como em idosos e crianças muito novas, sem controle do esfíncter, que usam fraldas, recomenda-se então a urina de parentes próximos, de preferência do mesmo sexo. Alguns casais usam um pouco da urina um do outro.
2. Pode-se misturar algo à urina para torná-la mais palatável?
No início algumas pessoas estranham e podem lançar mão de misturar a urina com algo para "ajudar". Pode-se usar suco de frutas, chás medicinais ou somente água. As bactérias responsáveis pela transformação da uréia em amônia e que a transforma em aminoácidos o fazem melhor quando na presença de glicose. Provavelmente a vitamina C, que participa de outros processos absortivos e de síntese, também incrementa esse processo, por isso as frutas, misturadas com a urina ou depois, são a melhor pedida.
3. Existe alguma contra-indicação para a Urinoterapia (UT)?
Não se tem notícia de qualquer caso onde a própria urina tenha causado dano ou tenha intoxicado a pessoa. O que acontece em aproximadamente um terço dos casos, e aqui é fundamental que se faça a diferença, é um processo de exoneração de matérias mórbidas ou tecidos doentes, chamado de "crise de cura". A urina funciona homeopaticamente como um poderoso nosódio, estimulando as defesas próprias do organismo. Em alguns casos ocorre uma crise curativa muito intensa, com intensificação de sintomas pré-existentes, mas que, com a continuação da terapia, apresentam agora uma definição resolutiva, desaparecendo, ou reaparecendo, conforme a severidade da doença de base. Na verdade o que costuma acontecer é um reaparecimento dos velhos sintomas e doenças, de maneira retrógrada, mas só que com uma intensidade bem menor do que quando nos afligiram de fato. Quando ocorrerem crises curativas muito intensas basta diminuir ou mesmo interromper temporariamente o uso da urina. Para o uso concomitante de outras substâncias, como medicamento alopáticos ver a próxima questão.
4. E quando a pessoa faz uso de medicamento alopáticos até mesmo de uso controlado?
Cada caso deve ser avaliado individualmente, pois há drogas que produzem metabólitos ativos e sua reingestão implica em potenciação dos efeitos destas. De uma maneira geral, nesses casos, com o início concomitante da UT, é muito comum o aparecimento de sinais e sintomas advindos de superdosagem medicamentosa por reciclagem das drogas previamente utilizadas. Daí ser adequado um acompanhamento para paulatinamente se diminuir as doses desses medicamentos.
5. E as 'toxinas' da urina?
Basicamente há dois grandes grupos de substâncias a que chama-se 'toxinas'. No primeiro estão os produtos do metabolismo do nitrogênio no nosso corpo, que são, os principais: a uréia, a amônia, o ácido úrico e a creatinina; substâncias essas que em excesso no sangue são tóxicas. Essas substâncias nitrogenadas não-protéicas, ao serem ingeridas, são recicladas através da ajuda da microflora intestinal, conseguindo agora disponibilizar esse nitrogênio, antes inacessível ao nosso metabolismo, para a síntese de novas proteínas. (Vide artigo "Urinoterapia: uma prática fisiológica?"). Na verdade, o que acontece é que esse novo nitrogênio parece ser, na sua maior parte, usado na síntese endógena de aminoácidos imunonutrientes, o que explicaria boa parte do êxito dessa terapia. (Vide artigo "Estudos sobre Urinoterapia II: Imunonutrição."). Quanto ao segundo grupo de substâncias a conversa é outra. Esses são os petroquímicos e os metais pesados, ambos com propriedades cumulativas nos sistemas biológicos, ou seja, com o uso constante acumulam-se nos tecidos. Por serem substâncias lipotróficas, isto é, que se concentram nas gorduras, elas são essencialmente eliminadas através do órgão central do metabolismo lipídico - o fígado. Os rins participam basicamente do equilíbrio hidroeletrolítico e da filtração de substâncias hidrosolúveis enquanto o fígado elimina, através da bile, nas fezes, as substâncias tóxicas liposolúveis.
6. A urina não é suja e contaminada?
Exceto quando acometido o sistema renal por alguma infecção é que se encontrará microorganismos na urina. De uma maneira geral a urina é um líquido completamente estéril, ou seja, isento de qualquer microorganismo.
7. E quando houver infecção renal?
No caso de uma infecção renal ou das vias urinárias, a ingestão destes microorganismos presentes na urina, acredita-se, determinaria uma resposta imunológica específica contra a infecção, por um processo que se chama de auto-vacinação. Esse princípio é aplicável em todos os casos e doenças onde se ingere a própria urina. Nessa hipótese, os antígenos e mesmo microorganismos, seriam capturados por células especializadas da mucosa intestinal - as células M - e apresentadas ao sistema imunológico. Essas informações são então adequadamente codificadas e transformadas em ações imunes específicas, de acordo com o perfil antigênico presente na urina.
8. Qual a constituição da urina?
A urina é o filtrado glomerular do sangue, destituído de substâncias reabsorvidas depois da filtração pelos túbulos renais e adicionado de outras substâncias secretadas pelos rins. Contém de 95 a >99% de água e de <1 a 5% de solutos. Esses são assim geralmente distribuídos:
Solutos g/24 hs.
_____________________
Uréia 25
Amônia 0,8
Ác. Úrico 0,7
Creatinina 1,5
Creatina 0,8
Aminoácidos 0,8
Glicose < 0,05
H+ pH 5-8
Na+ 3,0
K+ 1,7
HPO42- 1,2 g P
SO42- 1,4 g S
Cl- 6,3
Mg2+ 0,15
Ca2+ 0,2
Amônia 0,8
Ác. Úrico 0,7
Creatinina 1,5
Creatina 0,8
Aminoácidos 0,8
Glicose < 0,05
H+ pH 5-8
Na+ 3,0
K+ 1,7
HPO42- 1,2 g P
SO42- 1,4 g S
Cl- 6,3
Mg2+ 0,15
Ca2+ 0,2
*Os dados apresentados são de uma amostra média de volume de 1200 ml em 24 hs.
A composição e o volume variam amplamente, dependendo da ingestão líquida e da dieta.
Possui ainda, em quantidades menores, num total de ±200 mg, inúmeras substâncias fisiologicamente ativas, na sua grande maioria peptídeos, com amplas ações em praticamente todos os órgãos do corpo, como alguns exemplos demonstram:
Uroquinase - enzima que tem a propriedade de dissolver coágulos sanguíneos, sendo usada terapeuticamente em casos de embolia cerebral e infarto do miocárdio;
Eritropoietina - peptídeo que estimula a produção de eritrócitos (glóbulos vermelhos);
Fator de proliferação tissular - aumenta a reposição celular em casos de lesões epiteliais;
Calicreína - hormônio peptídeo vasodilatador;
D.H.E.A. (deidroepiandrosterona) - hormônio precussor dos hormônios sexuais masculinos e femininos;
Melatonina - hormônio com atividade antidepressiva;
Antineoplastons - peptídeos que quando ativados pelo suco pancreático apresentam atividade anti-tumoral;
Hormônios suprarenais - com atividades anti-inflamatórias;
Todos os hormônios hipofisários.
E ainda: antígenos da membrana basal das células epiteliais e mesenquimais de todos os órgãos, antígenos plasmáticos e não plasmáticos oriundos de injúrias e patologias como os antígenos tumorais e antígenos próprios da degradação microbiana e substâncias produzidas pelas células infectadas. E muitas outras substâncias ainda não identificadas.
9. Quando se iniciam os resultados da UT?
As doenças variam bastante entre os pacientes. Geralmente entre os mais jovens ou numa etapa inicial da doença se obtêm os melhores resultados. Entre os mais velhos ou em etapas mais avançadas da patologia, se necessita um tempo maior até o aparecimento de resultados.
10. Como, quando e quanto tomar de urina?
A primeira urina da manhã contêm preciosos hormônios que somente são produzidos à noite, durante o sono, como o hormônio do crescimento e a melatonina, sendo essa urina muito reputada entre os imunoterapistas. A maioria toma de 180 a 200 ml, o que corresponde a um copo pequeno por dia. Outros usam até mais, de 3 a 5 copos / dia, distribuídos ao longo do dia.
11. Como se usa a urina externamente?
Banhos tópicos propiciam uma absorção dos hormônios, sem que sofram processos digestivos no trato gastrointestinal, diretamente pela pele. O uso oftalmológico, com lava-olhos ou gotas, sempre com urina fresca, se consagrou especialmente nos casos das conjuntivites e na catarata. Boa reputação também no pterígeo. Afecções dermatológicas como micoses, escabiose e doenças de causas imunológicas, como a psoríase. Nas gengivites e lesões orais. Lavagem nasal, nas sinusites.
12. Quais são as principais mudanças que comumente ocorrem após o início da UT?
a. Melhoria do trânsito intestinal;
b. A pele melhora a cor, temperatura e textura;
c. Melhoria da circulação com aquecimento das extremidades;
d. Melhor qualidade do sono;
e. Cabelos e unhas crescem mais rápido e mais fortes.
b. A pele melhora a cor, temperatura e textura;
c. Melhoria da circulação com aquecimento das extremidades;
d. Melhor qualidade do sono;
e. Cabelos e unhas crescem mais rápido e mais fortes.
Mas são as crises curativas as reações mais esperadas. A reação exonerativa mais comum é a diarréia, seguindo-se as reações dermatológicas (exantemas pruriginosos e furunculoses), os catarros respiratórios e outras como: febrículas, sonolência, cefaléias, contrações musculares e ptoses palpebrais, sendo todos esses sinais e sintomas temporários. Nesses momentos é importante não abandonar o tratamento, exceto em crises muito intensas, pois são reações passageiras. Normalmente sente-se progressivamente melhor, mesmo durante as reações. Nem todos os praticantes da UT apresentam as reações de cura e estas são muito variáveis para cada indivíduo e de acordo com a doença. A grande maioria as apresenta logo no início do tratamento e desaparecem em pouco tempo.
Nos casos graves podem ocorrer dois ou três períodos de crises curativas. Durante esses períodos alguns apresentam sintomas bastante fortes como aumento da dor ou reações cutâneas generalizadas, mas nunca se relatou choque anafilático. Nesses casos diminuir ou mesmo interromper por 1 ou 2 dias para então recomeçar em doses crescentes, o que seria a maneira ideal de se iniciar o uso da urina, evitando-se que essas reações apareçam repentina e intensamente. Com essa medida, o estímulo sobre o organismo será mais suave e se minimizaria as possíveis consequências severas.
13. Os hipertensos podem tomar a urina mesmo que ela esteja salgada?
Não. Uma urina muito salgada significa um excesso de sal na dieta ou um processo de eliminação do sal que se acumulou nos tecidos durante o período de ingestão excessiva. Normalmente, ao tomarmos nossa urina com frequência, tendemos a diminuir a ingesta de sal, justamente por esta reutilização do sal. Mas, de uma maneira geral, a urina contém potássio, o que contrabalança o efeito hipertensivo do sódio, além de enzimas que estão correlacionadas a processos de remoção de coágulos e placas ateromatosas e retorno da elasticidade arterial, com uma consequente diminuição da pressão arterial, de maneira mais definitiva. De uma maneira geral, porém, os hipertensos, ao depararem-se com a urina muito salgada, e isso é facilmente perceptível, devem desprezá-la e beber água pura, e somente tornar a utilizá-la quando estiver pouco salobra.
14. E durante a gravidez?
Nenhum problema em reciclar hormônios próprios desta época, produzidos pela placenta.
15. Como usar a urina nos olhos?
Sempre fresca e não muito concentrada. Dispensar o 1º jato, observar se não há qualquer infecção dos rins ou vias urinárias. Pinga-se uma a duas gotas, até 7-8 vezes por dia. Pode-se usar o lava-olhos.
16. Por quanto tempo devemos tomar a urina?
Certas coisas são como tomar banho ou escovar os dentes, ou você pretende parar de tomar banho algum dia?
Saudações urinárias!
Luís E. (61) 9104.5515, lesilva2001 @ yahoo.com.br
Fonte: Blog da Urinoterapia
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